Nota de pesar: desembargador Antônio Carlos Malheiros

É com profundo pesar que a Apamagis recebe a notícia do falecimento do desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo Antônio Carlos Malheiros, ocorrido nesta quarta-feira (17).

Nesse momento de dor e luto, a presidência, bem como os membros de todas as diretorias prestam condolências à família, nas pessoas de sua esposa Christina, de seus filhos Rachel, Rodrigo e Renata, e de seus netos Julia, André, Eduardo, Joaquim, Antônio, Fabrício, Olivia e Martin, aos inúmeros amigos que fizera ao longo de sua brilhante trajetória.

O reconhecimento e a dedicação de Antônio Carlos Malheiros às causas sociais e à prestação jurisdicional em prol da população são unânimes não apenas na Magistratura paulista, mas em todo o Judiciário. É certamente uma das pessoas que mais impactaram o nosso tempo e será sempre lembrado pela incansável dedicação às lutas sociais e pelo comprometimento com a transformação da sociedade em que vivemos.

A cerimônia de cremação ocorrerá às 17 horas desta quarta-feira (17/3), no Crematório da Vila Alpina, na Avenida Francisco Falconi, 437 – Vila Alpina – São Paulo/SP. As mensagens de condolências podem ser encaminhadas para a família no seguinte endereço e-mail: chrismotta0106@gmail.com

Depoimentos e homenagens

 

Legado exemplar

Amigo, legado exemplar, sensibilidade, coração enorme… São palavras que todos usam para definir nosso colega Antonio Carlos Malheiros, que partiu nesta madrugada, deixando uma profunda tristeza no universo jurídico, acadêmico. Tristeza que também acometeu a população que recebia dele a dedicação inconteste em trabalhos voluntários e ações voltadas à infância e adolescência.

Vanessa Mateus, presidente da Apamagis

 

Dedicação ao próximo
O Judiciário paulista perde um grande soldado que reunia, além de extenso conhecimento jurídico, invejável capacidade de dedicação ao próximo e às causas sociais, sobretudo aos menores.

Miguel Petroni Neto, 1º vice-presidente da Apamagis

 

Sempre pronto a ajudar

Algumas pessoas são inesquecíveis.

Não só pela importância que tiveram em nossas existências, mas, principalmente, pela diferença que poderiam fazer na vida dos outros!

De qualquer um!!!

O querido amigo Desembargador Malheiros é uma dessas almas que nos marcam.

Sempre sorrindo e pronto para ajudar.

Nunca deixou de ouvir quem quer que fosse.

Não se importava com a origem, aparência, modos, estado de espírito, os braços estavam incansavelmente abertos.

Meu professor da PUC, companheiro de domingo na Nossa Senhora Mãe da Igreja, nos encontrávamos na Al. Franca, e desde então nunca deixou de me escoltar e cuidar, mesmo após ingressar na magistratura!

Fará falta! Muita!

Em tempos de divergências, ausência de compreensão ao próximo, ao que não pensa igual, a humanidade pura, sintetizada no amor ao próximo que transbordava do juiz que não se cansava de trocar histórias por sorrisos, deixará o mundo mais vazio. Mais triste.

Mas, como ele sempre quis: seguiremos em frente, sorrindo e cuidando dos outros!

Muito obrigado por tudo querido amigo!”

Thiago Massad, 2º vice-presidente da Apamagis

 

Superlativa qualidade 

ANTONIO CARLOS MALHEIROS foi um ser humano de superlativa qualidade. Vivia coerentemente sua crença no semelhante. Condoía-se com a sorte dos desvalidos e ia até às últimas consequências. O seu trabalho com os moradores de rua não se limitava à distribuição de sopa ou cobertores. Ele se interessava pelo drama pessoal de cada um. Cuidava de propiciar condições para que eles fossem reinseridos numa condição mais digna do que morar na sarjeta. Encantava as crianças enfermas, às quais devolvia o sorriso com suas estórias. Era pródigo em paciência. Filas intermináveis de pessoas querendo relatar misérias encontravam nele um ouvido atento e carinhoso. Nunca posso me esquecer de seu protagonismo quando em minha gestão no biênio 2014-2015, ele era o elo que unia o TJ aos Sindicatos e associações de funcionários, que nele tinham defensor e aliado. Não tivemos greves, nem manifestações, nem grosserias. E os tempos já eram difíceis. Preferia ter sua consciência em paz e tranquila, votando por causas impossíveis no Órgão Especial. Ficava muitas vezes sozinho, pois encontrava em todos a centelha divina que os tornava irmãos. Praticou a justiça com generosidade e compaixão e serviu e servirá de inspiração a todos quantos acreditam que a missão do juiz não é apenas fazer incidir a vontade concreta da lei sobre a hipótese sob apreciação, mas tentar fazer a melhor justiça humana possível. Seu legado servirá à posteridade, pois nele era natural e rotineira a prática da virtude.

José Renato Nalini, desembargador aposentado e ex-presidente do TJSP 

 

Coração enorme

Estamos vivendo momentos desafiadores e nesta manhã do dia 17 de março de 2021 recebi com profunda tristeza a notícia do falecimento do Desembargador Antonio Carlos Malheiros.

Um ser humano de coração enorme, sempre disposto a ajudar o próximo, dedicando-se com sensibilidade.

Uma vida dedicada à distribuição da Justiça, diminuindo as desigualdades.

Muito querido também no meio acadêmico, era Professor e Pró-Reitor de Cultura e Relações Comunitárias da PUC de São Paulo, vai ser sempre lembrado como uma pessoa acessível, que compartilhava conhecimento e tinha preocupação em construir uma sociedade mais solidária.

Em uma palestra que tive a oportunidade de participar, ressaltou a importância de saber se relacionar e oferecer oportunidades a pessoas portadoras de deficiência, que possuem potenciais muitas vezes subaproveitados.

Vai deixar muita saudade e a certeza de esperança em dias melhores, pois quando partiu deixou um legado que será transmitido para as futuras gerações.

Agregador, simples, humano, são pessoas como ele que fazem a diferença em uma sociedade que tem muito a evoluir.

Continue brilhando Desembargador Malheiros, e ilumine nosso caminho.

Flávia Poyares Miranda, Diretoria de Comunicação da Apamagis

 

Legião de amigos

O Des. Malheiros foi um grande amigo, sempre presente. Seu lema de vida era servir sempre. Sentia uma enorme satisfação em ajudar, em ser útil, em auxiliar, pois era dotado de uma sensibilidade acima da média e sofria com a dor alheia. Foi um grande juiz, mas acima de tudo foi um bom Homem. Deixa um legado de exemplo e uma legião de amigos hoje entristecidos com sua partida, mas felizes por terem compartilhado a existência com ele.

Jayme de Oliveira, juiz e ex-presidente da Apamagis e da AMB

 

Entrega incondicional de amor

Nestes tempos estranhos, com tantas partidas…. em que somos inseridos em um estado de velório quase contínuo; em que, no dia-a-dia, falamos mais baixo e não andamos muito rápido, em profundo respeito a tudo e a todos; em que a vida, com seus mistérios, se revela e desvela ainda mais sagrada, parte o querido e amado Malheiros.

Um dos coordenadores do Grupo Gestor da Justiça Restaurativa do TJSP, que com sua alma e vibração nos norteava. Mas, muito mais do que esta coordenação, Malheiros coordenava inumeráveis ações nas áreas da Infância e Juventude, dos Direitos Humanos, da Cultura de Paz, com compaixão e muita coragem. E, para além destes importantíssimos campos de atuação, Malheiros era de uma entrega incondicional de amor ao próximo, a qualquer hora que fosse necessário. Por seus exemplos e sua energia, me ensinou como a Justiça se faz em atos de amor. Hoje a Justiça perde e sente profundamente sua ausência. Que possamos sempre e sempre manter a chama viva de suas ações e sua luz. Com o coração enlutado e em estado de oração, reverbero a sua paz.

Egberto de Almeida Penido, juiz Coordenador dos Trabalhos do Grupo Gestor da Justiça Restaurativa do TJSP

 

Luto na FPA

O Desembargador Malheiros participou da primeira reunião que fizemos em nossa casa, no dia 30/10/2012, quando aventamos pela primeira vez a possibilidade de instituirmos uma organização dedicada ao trabalho social.

Eu era juíza na ativa e o convidei por acompanhar a sua trajetória e saber das suas lutas na cracolância e pelas ruas de SP em busca de alternativas para cuidar dos vulneráveis, com especial atenção àqueles com histórico de uso nocivo de álcool e outras drogas.

Nunca mais se apartou de nós e deu toda a atenção possível nos momentos mais difíceis.

Nesses 9 anos de jornada em torno da FPA pudemos constatar a grandeza do seu coração e a humildade ímpar revelada nas suas atitudes, gestos e ações. Jamais fez qualquer menção entre nós, por qualquer forma de comunicação, à sua posição no TJ.

Uma trajetória de estudo, trabalho, dedicação às causas representativas dos maiores valores éticos, um exemplo incomparável.

Sinto-me órfã.

Soube da sua enfermidade pela Micaela, que entrou em contato para colher a sua assinatura, depois falei com a Christina, sua esposa. O clima na família era de esperança. Descobriu um câncer de pulmão, com metástase avançada. Felizmente, não sofreu por muito tempo.

Que minha gratidão imensa o alcance nesta transição; que possa compreender o quanto foi útil à nossa causa e que isso lhe proporcione paz.

Declaro luto oficial de três dias na Fundação Porta Aberta, transmitindo à família e aos amigos, nossos profundos sentimentos, com votos de conforto e paz neste momento tão difícil.

Imensamente agradecidos ao criador pela oportunidade que tivemos desse convívio.

Jacira Jacinto da Silva, juíza aposentada do TJSP e Diretora Presidente da Fundação Porta Aberta 

 

Doçura da alma

Talvez nesses pequenos gestos se possa vislumbrar a doçura da alma daquele homenzarão. Toda Páscoa ele mandava me entregar um ovo de chocolate, finamente embrulhado, com um cartãozinho, poucas palavras carinhosas de agradecimento … por nada … pois eu era quem lhe devia agradecimentos.

Homero Maion, juiz do TJSP e diretor-adjunto do Departamento Financeiro da Apamagis

 

Olhar atento ao próximo

Vivemos uma grande perda. Perda de um amigo, de um ser humano do bem, de um grande defensor das causas sociais, ativista em prol dos direitos dos funcionários.

Antonio Carlos Malheiros, magistrado ímpar, de olhar atento ao próximo, nos ensinou muito sobre ouvir a demanda de cada um e fazer o bem.

Teve um papel de destaque na luta e no enfrentamento ao assédio moral como integrante da Coordenadoria de Apoio aos Servidores (Caps) desse Tribunal de Justiça. Com seu olhar atento e amoroso, ouvidor, abraçou a luta dos servidores. Perco um grande chefe, presente por muitos anos em todas as lutas e reivindicações.

Ter convivido e desfrutado de sua convivência é o que nos consola. Seu amor pelo trabalho voluntário e comprometimento pelo ser humano são características únicas que deveriam ser replicadas ao mundo.

Deixará saudades, um rico aprendizado e muita vontade de fazer dar certo!

Patrícia de Rosa Pucci Canavarro, coordenadora da Caps – Secretaria da Presidência (SPr2)

 

Ser humano ímpar
Com profunda tristeza recebo a noticia do falecimento do Desembargador Antônio Carlos Malheiros. Ser humano ímpar. Magistrado excepcional. Tive o privilégio de ter sua carta de recomendação quando prestava o 180º Concurso da Magistratura do TJSP, no qual, por bondade de Deus, fui aprovado! Que Deus console e conforte toda a família e amigos. Descanse em paz grande professor!

Sansão Ferreira Barreto, juiz da 1º Vara da Comarca de Mococa e diretor do Fórum da cidade

Serviço humanizado e transformação social

Que grande perda sofremos hoje. Tive o privilégio de conhecer o Malheiros pessoalmente, em Avaré. De fama, eu já o conhecia. Em 2008, mais ou menos, ele foi, a convite de uma amiga dele, dar aulas na faculdade de Direito local a Eduvale. Certo dia, antes de ir para a faculdade, ele passou no fórum, para cumprimentar os colegas e eu tive a sorte de estar lá. Virei sua assistente por um tempo e tive a oportunidade de desfrutar da sua prazerosa companhia em momentos de aula e em alguns momentos de descontração. Fizemos uma viagem para Olímpia, para assistir um show do Roberto Carlos que não saiu por conta da chuva torrencial que caiu e até um estrogonofe, por ele feito, eu tive o privilégio de provar. Foi assim comigo, um grande homem, com toda sua fama e notoriedade, generoso e simples. Recebeu-me como pessoa. Acolheu minhas aspirações de juíza nova (eu não tinha mais que dois anos de carreira), me indicou com quem conversar, trocar experiências, incentivando meus sonhos profissionais. Eu o admiro, especialmente, pelos espaços que defendeu dentro do Tribunal, pelo trabalho contínuo no sentido de oferecer um serviço humanizado e com vistas à transformação social, pelo acolhimento de novas ideias e pelo trato gentil, simples e amoroso. Me chamava de querida Manu. E assim eu me despeço do meu querido Malheiros. Levo comigo a certeza de que foi a muitos que ele tocou e que, nesse momento, devemos nos empenhar em manter vivos os valores que ele, no seu jeito de ser, semeou. Que a gente possa continuar seu trabalho! Que você esteja em paz! E que a gente possa um dia, se reencontrar.

Manoela Assef da Silva, juíza da 16ª Vara Criminal de São Paulo

 

Exemplo de luta

Brilhante advogado e magistrado. Exemplo de luta pelos valores humanísticos e proteção de vulneráveis
que sempre deve ser seguido. Nunca abandonou aqueles que precisavam do seu apoio e sempre se comportou
como um magnífico de todas as horas. Partiu muito cedo, mas deixou marcas de proteção aos necessitados
que jamais serão esquecidas.

Roberto Mac Cracken, desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo