Em live da série “Desafios Profissionais”, advogada Silvia Cursino conta como se especializou em Direito da Mulher

23 de novembro de 2021

O combate à violência contra a mulher e a atuação das advogadas nessa luta esteve na pauta da live da série “Desafios Profissionais” da última quinta-feira (18/11). A convidada foi a advogada e atual presidente da Comissão de Combate à Violência Doméstica e Familiar da OAB de Cotia (SP), Silvia Cursino.

A live foi conduzida pela diretora de Imprensa da Apamagis e idealizadora do projeto, a juíza e jornalista Carolina Nabarro.

Silvia Cursino iniciou o evento virtual falando um pouco sobre sua formação. Advogada de Direito da Família e Direito da Mulher, é ativista da área e atua também como palestrante e consultora sobre este tema, em especial sobre a Lei Maria da Penha. “Faço trabalho social desde que me entendo por gente, porque minha mãe já fazia trabalho social”, disse a advogada.

A convidada contou que, por ter uma atuação nas redes sociais, recebe muitos pedidos de ajuda de mulheres vítimas de violência ou que conhecem alguém que tenha sofrido agressão.. “A gente não faz captação de clientes dessa forma, porque é vedado pela OAB. Mas, quando somos procurados, passamos links, contatos e procuramos prestar alguma ajuda, mesmo com os empecilhos impostos pelo Código de Ética.”

Sobre o início da carreira, Silvia Cursino contou que a princípio não pensou em ser advogada; quando mais nova queria ser professora ou veterinária. Mas com o passar do tempo foi trabalhar na Prefeitura de Cotia, sendo designada para atuar junto a um advogado. “Eu fiquei impressionada com a oratória dele, e aquela profissão me encantou.”

No entanto, mesmo tendo se formado em Direito em 2005, demorou quase dez anos para começar a advogar. “Como eu era servidora pública, passei um tempo trabalhando na Prefeitura, no Procon, fiz contratos e só fui advogar em 2013”, disse a advogada.

Já a pauta dos direitos da Mulher sempre esteve presente de alguma forma na atuação profissional de Silvia Cursino. Ela contou que, dentre outras coisas, sofreu uma agressão no fim de um casamento, e esse foi o estopim que a fez atuar de uma forma mais direta. “Nesse contexto, conheci a Alice Bianchini, o professor Luiz Flavio Gomes, e o direito da Mulher tomou conta da minha vida. Comecei a trabalhar e a ajudar mulheres e me especializei na Lei Maria da Penha.”

Atualmente, além da presidência da Comissão de Combate à Violência Doméstica e Familiar da OAB de Cotia (SP), participa também do coletivo Mulher Ação Cotia. “Esse projeto atende a parte jurídica e psicológica das vítimas. Todas as profissionais são voluntárias, os atendimentos, gratuitos. As pessoas estão doando um pouco do que elas têm para ajudar outras pessoas”, afirmou.

Especialista na Lei Maria da Penha, a advogada comentou sobre discussões recentes que tentam abranger a legislação a homens agredidos por suas parceiras. A juíza Carolina Nabarro, inclusive, citou uma decisão a favor de um homem agredido. “Questiona-se se há Lei Maria da Penha para homens. Teve até uma decisão em Minas Gerais, mas é totalmente minoritária. E a lei foi criada devido a essa desproporção de casos de violência”, disse a diretora de Imprensa da Apamagis.

Silvia Cursino disse não existir Lei Maria da Penha para homens: “O patriarcado é tão forte no Brasil que os homens que apanham têm vergonha. Existem medidas cautelares para esses casos, mas a Lei Maria da Penha é uma lei só para mulheres, só para quem se identifica com o gênero feminino”.

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