Caminhada Negra em São Paulo visita pontos históricos da história do povo negro no Brasil

22 de novembro de 2021

A Apamagis, em parceria com a Diretoria de Promoção da Igualdade Racial da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e demais associações representativas da Magistratura promoveram neste sábado (20/11), Dia da Consciência Negra, a Caminhada Negra na cidade de São Paulo. O evento também ocorreu em outras cidades do país como, Piracicaba (SP), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Olinda (PE), Campo Grande (MS), Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS).

Em São Paulo, a caminhada teve início na região da Liberdade, primeiramente na Igreja Santa Cruz das Almas dos Enforcados, passando pela Capela dos Aflitos e pelo Largo da Forca, atualmente conhecida como Praça da Liberdade. Antes de se tornar famoso pela colonização japonesa, o bairro abrigava os negros e era local onde muitos deles foram enforcados. O próprio nome “Liberdade” foi dado após a história do soldado Chaguinhas, condenado por se rebelar contra baixos salários, teve a corda que o enfocaria estourada três vezes e ouviu da multidão que acompanhava a condenação os gritos de “Liberdade, Liberdade”.

Em seguida o roteiro seguiu pelo Pelourinho paulistano, hoje a Praça 7 de Setembro, pelas estátuas do Tebas e de Zumbi dos Palmares. Este último um dos mais famosos personagens negros da história brasileira. Escravo, responsável pelo grande levante do Quilombo dos Palmares, em Alagoas. Zumbi foi morto após anos de perseguição no dia 20/11, exatamente a data em que se comemora o Dia da Consciência Negra.

A caminhada continuou pelo Largo São Francisco, que abriga a Faculdade de Direito da USP, onde estudou Luiz Gama (advogado negro e abolicionista), e pelo Centro Cultural Ouvidor, local da sede do projeto Educafro. O tour seguiu pela Ladeira da Memória, Rua 7 de Abril, Galeria do Reggae e terminou no Largo do Paissandu, onde fica a estátua da Mãe Preta, símbolo que exalta a mulher negra e ama de leite que criava os filhos dos senhores de engenho.

A presidente da Apamagis, Vanessa Mateus, esteve na caminhada e ressaltou a importância de se comemorar e trazer a todos uma reflexão sobre o Dia da Consciência Negra. “A gente sabe da importância de se trazer esse debate de forma constante dentro do meio jurídico, dentro da Magistratura. E é uma pauta civilizatória, não sectária. Resolvemos fazer essa caminhada celebrando o cultural, celebrando a história. Passamos pelo principais pontos da história do movimento negro e trouxemos vários juízes para refletirem sobre a pauta de hoje.”

Quem também esteve na caminhada em São Paulo foi a presidente da AMB, Renata Gil. Ela destacou que a data celebrada é importante para toda a população brasileira e especialmente para os magistrados. “Nós da AMB e de todas as associações afiliadas fizemos um trabalho diferente. Um passeio pelos pontos históricos para o povo negro. Foi o dia em que conhecemos personagens que a história não conta, que não estão destacados nos livros, que estão atrás das fotografias e das obras de arte da história brasileira. Luiz Gama, Zumbi e tantos outros que construíram socialmente e arquitetonicamente a cidade de São Paulo.”

A representante da Diretoria Racial da AMB, Livia Caetano, também participou do evento e disse que a iniciativa foi muito relevante para o resgate da cultura negra no Brasil: “Foi um evento memorável, que fez história e nos propiciou momentos fantásticos de resgate histórico da população negra. Ficará como uma grata lembrança marcada pela comemoração desse dia 20/11”.

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