Participantes do Clube de Leitura destacam curiosidades sobre “Travessuras da Menina Má”

14 de julho de 2020

Obra escrita na fase madura do autor, “Travessuras da Menina Má”, de Mario Vargas Llosa, foi o tema da edição de julho do Clube de Leitura da Apamagis. O evento, realizado virtualmente, no dia 7/7, contou com a participação de 33 pessoas. O convidado especial foi o escritor Marcelo Ferroni.

“No encontro, falamos sobre como essa história é vibrante, diferente e original”, disse a mediadora Danielle Martins Cardoso. Um aspecto destacado foi o narrador em primeira pessoa. “Questionamos se ele era confiável ou parcial, e se os fatos narrados por ele aconteceram daquela forma”, disse. “É como, em um processo, ouvir só a acusação ou só a defesa.”

O escritor José Fernando Mafra Carbonieri, titular da cadeira 26 da APL (Academia Paulista de Letras) levantou uma característica curiosa, segundo Danielle Cardoso: a de que o livro é composto por sete histórias, com pequenas novelas interdependentes e com personagens próprios.

Já a magistrada Ana Brugin comentou no evento que havia lido a obra no original, em espanhol, e se deparou com duas palavras diferentes, mas muito usadas no livro, “pichiruti” e “huachafetias”, para as quais não encontrou correspondentes em português.

Em uma pesquisa livre na internet, “pichiruti” aparece como palavra que significa “pessoa de pouco valor”. “Huachafetías” não foi encontrada.

“Pichiruti era como a moça chamava o protagonista. No livro, é colocado como ‘coisinha à toa’”, disse Ana Brugin. A outra palavra (huachafetías) era usada para classificar as declarações de amor que o protagonista fazia à menina má. “Na tradução, ficou ‘breguice’”, revelou.

Ana Brugin disse que já leu, do mesmo autor, “Tia Julia e o Escrevinhador”, “Elogio da Madrasta”, “Pantaleão e as Visitadoras” e “A Festa do Bode”, este último seu preferido. “’Travessuras da Menina Má’ também é dos melhores”, afirmou a magistrada.

Segundo Danielle Martins Cardoso, por ser uma obra da fase madura, o escritor demonstra estar mais solto e despreocupado em saber se vai impressionar ou convencer alguém. “Ele está contando a história que quer contar, sem muita ginástica literária, mas com um estilo narrativo muito gostoso, brilhante, fácil de ler, que te leva pela mão.”

O próximo Clube de Leitura, marcado para 4 de agosto, às 19h, terá como tema o livro “A Vida pela Frente”, de Émile Ajar (Romain Gary).

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