Homenagem ao juiz Manoel Barbosa de Oliveira

26 de maio de 2020

Evandro Carlos de Oliveira, Juiz de Direito Titular I da 7ª Vara da Fazenda Pública da Capital

Meu pai, Manoel Barbosa de Oliveira, baiano de Jacaraci, de família humilde, com onze filhos, foi o único dos irmãos que conseguiu estudar e o fez em um seminário.

Foi lavrador, bancário, oficial de justiça. Em 1989, fora aprovado no concurso de ingresso do Ministério Público de São Paulo; no entanto, certo de sua vocação, no mesmo ano, optou pela Magistratura Paulista.

Ingressou no cargo de 4º Juiz Substituto da Comarca de Araçatuba em 02/06/89. Em 04/10/89, remove-se para o cargo de 3º Juiz Substituto da Comarca de Jundiaí. Após, em 18/10/89, fora promovido para o cargo de Juiz de Direito da Comarca de Bilac – 1ª entrância. Em 13/12/89, fora promovido para o cargo de Juiz de Direito da 2ª Vara da Comarca de Salto – 2ª entrância. Finalmente, em 23/06/93, fora promovido para o cargo de Juiz de Direito da 5ª Vara Cível da Comarca de Osasco, onde permaneceu, como dizia: “na mesma mesa, cadeira e sala”, até 06/02/2020, quanto se aposentou.

Exerceu a função de Juiz Diretor do Fórum de Osasco e recebeu inúmeros novos juízes: Adriana Marilda Negrão, Caren Cristina Fernandes de Oliveira, Roberta Poppi Neri Quintas, Ana Claudia Guimarães, Ana Carolina Della Latta, Karina Ferraro Amarante Innocencio, dentre inúmeros outros.

Um deles, em especial, Fabio de Souza Pimenta, ao fazer uma homenagem póstuma em uma rede social, escreveu: “Manoel … Você teve paciência de mostrar para mim como ser Juiz, com ‘J’ maiúsculo, pois você era assim. Mostrou a importância de fazer Justiça, sem ser justiceiro. Ser bom, sem deixar de ser imparcial. Ser rápido e produtivo, sem ser negligente. Ter autoridade, sem ser autoritário. E por detrás de um semblante sério, muitas vezes fechado, via um homem bom, bonachão, brincalhão que me ensinava como “crescer” no exercício da jurisdição e, sobretudo, como ser simples, abnegado, responsável e humano. Por toda minha vida o chamei carinhosamente de “chefe”, mesmo já juiz titular de entrância final no João Mendes, mas sempre me senti um pouco seu filho nesta carreira”.

Fez incontáveis amigos na carreira; suas estórias e “causos do cabra” são contados especialmente por Rubens Rihl, Raul de Felice, Renato Genzani e Marcos Vargas, com os quais se reunia mensalmente em nossa confraria gastronômica .

Meu pai era um apaixonado pela Magistratura e não estava confortável em aposentar sua caneta, não obstante estivesse planejando sua aposentadoria há anos. Sentia-se capaz, saudável e produtivo. Há muito poderia ter deixado a Comarca de Osasco, porém, não o fez. Realizava-se com a judicatura em primeiro grau, com o contato mais próximo aos jurisdicionados e com a comunidade.

Reconhecia a enorme relevância de sua função de Magistrado. Todos que o conheceram sabem o respeito e admiração que sempre nutriu pelo Poder Judiciário, E. Tribunal de Justiça de São Paulo, Apamagis e AMB. Não foram poucas as discussões em que defendeu, com deferência, a Magistratura.

Exerceu a judicatura por quase 31 anos e decidiu se aposentar, ainda com saúde, para aproveitar o tempo livre e a família.

Após, lutou contra a Covid-19 e faleceu, em 23/05/2020, aos 68 anos.

Sua passagem deixa uma marca na nossa pele, curtida pela vida.

Deixa esposa e três filhos.

Fica a saudade, o amor, a admiração, o respeito e o exemplo.

Descanse em paz, Pai. Agora seguirá a outra etapa do caminho ao lado de Deus.

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